Especialistas em Medicina do Trabalho apontam a profissão de motoristas como uma das mais perigosas Um estudo feito pelo médico especialista em Medicina do trabalho, Dr. Éber Assis dos Santos, aponta que a profissão de motoristas é uma das mais “insalubres e estressantes” que existe. Ou seja, estes profissionais sofrem um nível de estresse no trabalho muito acima da média, e demonstram que eles estão submetidos a riscos maiores de desenvolverem doenças coronarianas. Muitas das doenças a quais estão expostos no dia-a-dia estão relacionadas aos perigos e o estresse do trânsito, da violência urbana e das estradas. Muitos adoecem e morrem em decorrência a todos os tipos de doenças do trabalho, isto quando não são atingidos por ladrões e assassinos que espreitam nas ruas e nas estradas de todo País. Para se chegar a esta triste conclusão, foram comparados os níveis de tensão da população em geral com o desses profissionais e com exames de tensão arterial deles próprios antes da admissão nas empresas rodoviárias. O resultado indicou que o nível de hipertensão arterial dos motoristas é significativamente maior. Segundo o Dr. Éber Assis, as péssimas condições de algumas estradas, o estresse constantes, o estado precário de conservação de alguns autocarros e caminhões, a longa jornada de trabalho, os altos níveis de ruídos e calor e a exposição prolongada a poluentes químicos, são alguns dos fatores que ameaçam diretamente a saúde desses trabalhadores. Também, de acordo com a pesquisa, problemas respiratórios crônicos, gastrintestinais e musculares, casos de morte por câncer de pele, na bexiga e no esôfago, alteração no ritmo cardíaco, infarto agudo do miocárdio e outra doenças cardíacas isquêmicas (iisquemia é diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea) além de outros problemas no aparelho respiratório costumam vitimar parcela da categoria. “A lombalgia, a famosa dor nas costas, por causa do sedentarismo e da vibração do corpo inteiro durante o trabalho, e internação por hérnia de disco, surdez, úlceras, dores de cabeça, problemas nos olhos, na medula óssea, náuseas e fraquezas generalizadas, são doenças que incidem até duas vezes mais nestes profissionais, do que o restante da população”, disse Dr. Éber. Anos de pesquisas analisaram também as internações de motoristas de autocarros em hospitais psiquiátricos. A principal causa das entradas foi por transtornos de humor, psicoses e paranóias, além de outros distúrbios psiquiátricos menores. Em alguns lugares constatou-se incidência elevada de suicídio. Na Dinamarca as taxas de internações hospitalares por doenças em todos os órgãos e sistemas do corpo humano atingiram mais motoristas que outras pessoas. Com uma campanha permanente de conscientização podemos mudar esta triste realidade. Mas os trabalhadores precisam fazer sua parte, e todas as vezes que identificarem situações de risco, as péssimas condições de trabalho, e possíveis pressões e perseguições das empresas, devem imediatamente avisar para as CT , Diretores e Delegados do Sindicato, e estes deverão tomar as devidas providências. Ações como: fazer boletim de ocorrências quando acontecerem assaltos, acidentes ou violência física ou moral e, principalmente, evitar as jornadas excessivas de trabalho ou a dupla jornada (fominha), podem ajudar e muito para que se possa mudar esta triste realidade que muitos são obrigados a conviver diuturnamente. |
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
medecina no trabalho
Subscrever:
Mensagens (Atom)